Performance
“Medusa”
A
performance foi sugerida pelo aluno Vinicius em uma de nossas reuniões de
planejamento da matéria de Direção I.
A
performance aconteceu na faixa de pedestre em frente ao shopping, ali seria o
local onde poderia acontecer de tudo e que a principio foi planejado uma
corrida de saco. Enquanto o sinal estava aberto, ficávamos parados como
pedestres comuns e o sinal fechando, nós retirávamos da bolsa o saco,
colocávamos e atravessávamos pulando em uma verdadeira corrida de saco até o
outro lado, que no final acontecia até uma comemoração. Fazendo uma verdadeira
brincadeira de criança com os adultos.
Durante
essa performance sentimos a obrigação de uma constante mudança por vários
fatores. Um dos principais foi o fato de a corrida de saco não conseguir se
estender é que realizar o circuito de ida e volta da corrida estava se tornando
cansativo então a solução foi continuar nesse resgate pelas brincadeiras
infantis e não somente a corrida de saco. Fizemos a brincadeira da cobra- cega,
da Estátua, do “pula sapo”, dança e etc. todas essas brincadeiras foram
realizadas enquanto atravessávamos a faixa.
Nessa
performance da faixa não consegui perceber uma reação maior do público pelo
fato de estarem dentro dos veículos e também pela interação entre os
integrantes da ação. Em certos momentos não me lembrava de que aquilo se
tratava da performance, quando surgiu a nostalgia em mim só pensava em fazer as
brincadeiras e conforme isso ia acontecendo, percebia que isso também ocorria
com os outros integrantes. Ali naquele momento resgatamos a nossa criança que
foi sendo trancada conforme crescíamos. Por não saber os comentários e
pensamentos que se passavam do nosso público, me pergunto se mesmo eles também
conseguiram resgatar essa infantilidade só de olhar a ação que estava ali
acontecendo. Com certeza essa performance trouxe essa mesma sensação de
nostalgia que aconteceu em mim, no público que estava no carro que estavam
somente assistindo.
No
final da performance na faixa, decidimos fazer outra mudança. Fazer a
brincadeira do “VIVO- MORTO” no ponto de ônibus próximo dali. O ponto estava
cheio e vimos uma oportunidade de obter uma nova experiência da mesma
performance. Chegamos no ponto e nos misturamos com o público fingindo esperar
o ônibus. Eu comecei a dar o comando da brincadeira e na hora, quem estava no
meio da performance se afastou. Consegui ouvir um comentário de uma moça que
estava logo atrás de mim “Meu Deus, vou sair daqui desse meio.”
Nesse
momento eu consegui captar uma reação mais concreta. Ali consegui perceber o
afastamento bruto que as pessoas tendem a fazer com a sua “infantilidade”. Uma
senhora comentou “não tenho mais idade para isso (risos.)”. me passei a perguntar o porque, se era pelo fato de não
conseguir fazer a brincadeira mesmo querendo fazer por conta das limitações
físicas que ela possuía ou se ela queria fazer porém o “papel” de adulto não
permite esse tipo de comportamento?
Acho
que o objetivo de se resgatar essa criança interior foi mais eficaz em nós
performers, que no público em si. Pelo menos considerando a minha experiência.
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