terça-feira, 13 de outubro de 2015

Performance “Medusa”

Performance “Medusa”
A performance foi sugerida pelo aluno Vinicius em uma de nossas reuniões de planejamento da matéria de Direção I.
A performance aconteceu na faixa de pedestre em frente ao shopping, ali seria o local onde poderia acontecer de tudo e que a principio foi planejado uma corrida de saco. Enquanto o sinal estava aberto, ficávamos parados como pedestres comuns e o sinal fechando, nós retirávamos da bolsa o saco, colocávamos e atravessávamos pulando em uma verdadeira corrida de saco até o outro lado, que no final acontecia até uma comemoração. Fazendo uma verdadeira brincadeira de criança com os adultos.
Durante essa performance sentimos a obrigação de uma constante mudança por vários fatores. Um dos principais foi o fato de a corrida de saco não conseguir se estender é que realizar o circuito de ida e volta da corrida estava se tornando cansativo então a solução foi continuar nesse resgate pelas brincadeiras infantis e não somente a corrida de saco. Fizemos a brincadeira da cobra- cega, da Estátua, do “pula sapo”, dança e etc. todas essas brincadeiras foram realizadas enquanto atravessávamos a faixa.
Nessa performance da faixa não consegui perceber uma reação maior do público pelo fato de estarem dentro dos veículos e também pela interação entre os integrantes da ação. Em certos momentos não me lembrava de que aquilo se tratava da performance, quando surgiu a nostalgia em mim só pensava em fazer as brincadeiras e conforme isso ia acontecendo, percebia que isso também ocorria com os outros integrantes. Ali naquele momento resgatamos a nossa criança que foi sendo trancada conforme crescíamos. Por não saber os comentários e pensamentos que se passavam do nosso público, me pergunto se mesmo eles também conseguiram resgatar essa infantilidade só de olhar a ação que estava ali acontecendo. Com certeza essa performance trouxe essa mesma sensação de nostalgia que aconteceu em mim, no público que estava no carro que estavam somente assistindo.
No final da performance na faixa, decidimos fazer outra mudança. Fazer a brincadeira do “VIVO- MORTO” no ponto de ônibus próximo dali. O ponto estava cheio e vimos uma oportunidade de obter uma nova experiência da mesma performance. Chegamos no ponto e nos misturamos com o público fingindo esperar o ônibus. Eu comecei a dar o comando da brincadeira e na hora, quem estava no meio da performance se afastou. Consegui ouvir um comentário de uma moça que estava logo atrás de mim “Meu Deus, vou sair daqui desse meio.”
Nesse momento eu consegui captar uma reação mais concreta. Ali consegui perceber o afastamento bruto que as pessoas tendem a fazer com a sua “infantilidade”. Uma senhora comentou “não tenho mais idade para isso (risos.)”. me passei a perguntar o porque, se era pelo fato de não conseguir fazer a brincadeira mesmo querendo fazer por conta das limitações físicas que ela possuía ou se ela queria fazer porém o “papel” de adulto não permite esse tipo de comportamento?

Acho que o objetivo de se resgatar essa criança interior foi mais eficaz em nós performers, que no público em si. Pelo menos considerando a minha experiência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário