terça-feira, 1 de dezembro de 2015

MNEMÓSINE

   


A performance que fizemos dentro da universidade vila velha teve nome de memories pois foi em algo que remetesse a trazer uma memória de nossas infâncias, ou algo que trazia nossa passado para nos presente.
Através de uma conversa que tivemos dentro da sala de aula que foi surgindo a idéia da performance, o curioso é que sempre que vamos fazer algum trabalho performativo, é em algo que remete uma vivencia em que desperta uma curiosidade nas pessoas. Curiosidade essa de olhar e às vezes não entender.
Achei a performance bem interessante, pois não agredia aos que viam, era uma performance delicada que trazia algo de bom no seu bojo com ato performático. A idéia foi de trazer objetos que remetia nossa memória de uma forma que nos marcou quando criança ou mesmo adulto, mas que i idéia seria de algo do passado. Varias pessoas trouxeram bastante coisas,uns trouxeram bonecos, brinquedos, revistinhas objetos de valores sentimentais que trazem a tona toda a memória.

"É preciso começar a perder a memória, ainda que se trate de fragmentos desta, para perceber que é esta memória que faz toda a nossa vida. Uma vida sem memória não seria uma vida, assim como uma inteligência sem possibilidade de exprimir-se não seria uma inteligência. Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nossa ação, nosso sentimento. Sem ela, não somos nada”  BUÑUEL, Luis

Na citação a cima o autor fala sobre a memória, que sem ela não somos nada, e realmente tem muita coerência, assim como no texto citado ele diz que a memória é nossa coerência, pois sem ela, seriamos incoerentes, não teríamos consciência do que fazemos. Nos trás vários fragmentos de diversos momentos, é como uma maquina que processa tudo quando pedimos algo fantástico. Ao parar pra analisar de onde gera tudo esse sentimento, as ações, as razoes que faz acontecer.
Na performance, eu trouxe alguns de meus desenhos, que tenho guardado, que me trás muitas lembranças, de minha infância, que as vezes fala algumas coisas que só eu sei. Alguns com umas datas de 2006, 2005, 2007, um pouco antigos, me lembram de quando eu ficava horas concentrado na mesa ou em cima da cama desenhando e imaginando histórias, brincando com os desenhos. Às vezes me sentia um pouco solitário, ali naquele canto fazendo o que eu gostava de fazer.
Mas o que mais me trás a memória sobre esses momentos em que fazia os desenhos são os momentos da minha infância, ah esses que não voltam mais, e só o que me restam são as lembranças e as fotos. Voltando a mencionar sobre a citação a cima, em que o autor diz que sem a memória não existiria a vida, pois a memória passada são essas lembranças que guardamos e que as vezes dizemos só o que acontecia de bom, pois as coisas ruins ficam guardadas em lugares que só a gente conhece.

A memória é essa claridade fictícia das sobreposições que se anulam. O significado é essa espécie de mapa das interpretações que se cruzam como cicatrizes de sucessivas pancadas. Os nossos sentimentos. A intensidade do sentir é intolerável. Do sentir ao sentido do sentido ao significado: o que resta é impacto que substitui impacto - eis a invenção. HATHERLY, Ana. 

Na performance pude perceber esse sentido e o sentir das pessoas que ali estavam performando também, umas das que pude notar e sentir de dor, Fo a Rafaela, a performance dela foi trazer tudo que trazia o passado dela em exposição, trouxe varias coisas como , sapatilha de balé, e um objeto que mais fez sentir o sentimento de dor nela foi a farda de seu pai. E associando e fazendo uma relação com o que a autora acima citada diz que são fatos e interpretações que se cruzam com cicatrizes de sucessivas pancadas. Que faz gerar a dor da lembrança.
Outra coisa que pontuo foi de ver situações em que a performance fugia de ser uma performance,de algo que flui com natureza, uma crítica que faço é sobre a performance do Vinicius, foi muito interessante, em ter trago coisas e objetos que marcava a sua infância, a sua vida quando vivida em outro país, porem houve um momento em que ele se concentrou pra chorar, e aquele momento trouxe algo muito interpretado, pelo menos pra quem via, talvez fotograficamente não teve a informação que foi gerada, mas foi interessante. Outra performance que achei linda de ver foi a da Iasmin de colocar varias revistinhas em quadrinhos espalhadas sobre um tecido no chão em que ele ia contando as historias pra quem queria ouvir e se sentava ao seu lado, e o mais interessante é que tinha revistinha de quadrinhos lá com a data de 1995, achei fantástico e genial, pois alem de trazer aquela memória, eram mostradas, onde quem ver se sente até emocionado com aquela data.

A idéia da performance foi muito rica e conseguiu atingir seus objetivos como performance, ao menos pra mim, que pude perceber a importância de cada objeto ali mostrado.

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