Tiramos a aula de hoje para assistirmos as nossas últimas filmagens, percebemos e discutimos como é a nossa fala cotidiana, como cortamos palavras e sujamos as frases naturalmente. Nosso ritmo não é acelerado, pensamos antes de falar, buscamos em que pensar e o que falar, mexemos no rosto, mexemos no cabelo, sorrimos com sutileza (ou não), somos expressivos sem perceber.
Tentamos buscar registros para as próximas interpretações, acho que buscar a si mesmo em cena é uma ideia genial. Nossa mente sempre tem que está ocupada, algumas pessoas a ocupam com coisas de si e outras não, algumas pessoas sustentam uma cena ouvindo em sua mente palavras concretas como: Banana, mesa, maça e etc... A pergunta que fica é até que ponto usar nós mesmos em cena e até que ponto não usar. Independente da resposta, o que vamos trabalhar na próxima aula é lembranças, como eu posso viajar na minha mente, no meu passado, nas minhas experiências ao ponto que eu sustente a cena e a suje ao mesmo tempo com os gestos do dia a dia. Existem gestos controláveis e incontroláveis, os controláveis precisam ser calculados para que não fiquem estereotipado, e o cálculo desses gestos é seguido de muito apoio interno, sem apoio interno, os gestos não fluem como no cotidiano.
Percebemos algumas coisas interessantes como:
* Escuta é diferente de visualidade do pensamento. Quando escutamos algo, ouvimos a nós mesmos e o nosso corpo reage a isso, nossos olhos não são amplos, eles refletem o nosso pensamento, que no caso é a escuta de algo.
Quando visualizamos algo, nosso olhar expande, é como se realmente estivéssemos vendo algo a nossa frente, e tivéssemos entrando em contato com aquilo que está na nossa frente.
*Discutimos sobre o mágico se. Novamente nos colocando em cena, colocando nossas emoções, memórias e sentimentos. O que eu faria se estivesse no lugar de um determinado personagem, o que eu sentiria se estivesse no lugar de um determinado personagem, o que eu pensaria, o que ouviria, a quem ouviria, ouviria a mim mesmo? Seria eu mesmo? Usaria aquilo que eu realmente sinto? Essas questões são difíceis, primeiro que nós não sabemos até que ponto nossas emoções/pensamentos/memórias vão nos ajudar ou prejudicar em cena. Posso escolher uma memória forte da minha vida que me ´prejudique, uma memória que me impeça de controlar minhas emoções. Porém, tudo é questão de prática, cabe a nós atores, testarmos o que conseguimos controlar, o que conseguimos usar de nosso para emprestar à cena.
Concluo agora com uma citação de Stanislavski sobre usar a si em cena:
"Você pode pensar que os seus gestos, seu modo de andar... e falar são seus. Mas não. São maneirismos universais e generalizados, amoldados em férrea forma permanente por atores que trocaram a arte pelo negócio. Agora, se alguma vez lhe ocorresse mostrar-nos em cena algo que nunca vimos, se nos mostrasse você mesmo, tal como é na vida real, não o Ator Gricha Govórkov, mas o homem, seria esplêndido, pois o ser humano que você é, é muito mais interessante e talentoso que o ator."
Constantin Stanislavski.
Constantin Stanislavski.
muito show.... tenho que rever minhas postagens, estou deixando tanta informação para trás... vou fazer tudo de novo!!!
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