A cena dos meninos me inspirava a imagem de um coro, as partituras físicas também, um coro de mascaras e partituras físicas absorvidas no corpo. Eles se mexendo mais não muito, a força do coletivo. Algo de plástico e abstrato - uma coleção de figuras, despersonalizadas por causa das máscaras, ao mesmo tempo assumindo uma fantasmagoria. Um coro com vida e vontade próprias, que impedem o amor de Catarina e Petrúchio. É como se ele fosse a consciência da Catarina, ou seu super-ego algo assim. Como se sua alma fosse espatifada em mil almas. Todos são ela. E todos são contra Petrúchio. Experimentamos e resultou em algo fantasmagórico, mas também engraçado. O efeito da "figura" (este é um conceito contemporâneo, que veio a substituir "personagem") é forte. Surge algo de "extra-cotidiano" (Barba). Muito bom. Na minha "imagem", o coro fala as frases de Catarina enquanto ela canta. Então experimentamos letras de músicas, faladas no coletivo.
O pessoal mostrou as imagens de infância que serão usadas na próxima modalidade de partitura física. Na próxima aula de Interpretação começaremos a focar em cenas isoladas. Como elas se articulam ainda não sei. Sei que quero usar a coralidade e a narração - misturadas com a resolução dramática.
P.S. Antes de tudo partilhamos partituras físicas no coletivo - usando o arranjo "fala interna + movimentos" para a resolução dramática aparecer.
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