A aula de hoje foi super animada. Primeiro que fomos para um espaço real de cena, isso fez com que realmente nos entregássemos melhor para cena, afinal, se precisássemos de um sofá cama, chuveiro, pia, mesa e etc, tínhamos os objetos de cena de verdade. Começamos o trabalho dividindo os grupos, as cenas e as situações. As situações precisam ter conflitos, porque se não perdem o brilho da cena. Depois, partimos pra parte da escrita, e é nessa parte que verdadeiramente precisamos nos entregar, porque é nela que vai conter todo o nosso pensamento, todas as nossas falas internas, emoções, sensações e etc.. É a partir dessa parte que absorvemos antes de entrar em cena o que será vivido. Começamos pela Rafa e Vini que fizeram uma cena de um casal que estava discutindo sobre o irmão da Rafa morar com eles. Eles estavam no banheiro e o cômodo da casa os ajudou muito para o desenvolver da cena. Eles se distraiam o tempo todo seja com o chuveiro, com a pia, com a maquiagem e etc.. A divisão de foco os ajudou bastante. Porém o diálogo deles estava muito linear, não tinham um conflito, foi aí que Rejane cortou a cena e pediu para que eles chegassem a um conflito e se envolvessem mais com a cena. A partir daí, o sentido foi outro, eles estavam em um outro clima, com um outro tônus e outras emoções. Foi lindo.
A segunda cena foi a que eu participei, o conflito era o seguinte: Eu e mais duas amigas morávamos na mesma casa, porém eu era muito desorganizada e sem compromisso, por isso, as meninas marcaram uma reunião para me expulsar de casa. A cena foi muito empolgante, primeiro que a personagem tinha tudo a ver comigo, porque eu sou completamente desorganizada e deixo as coisas bagunçada. Senti que estava presente em cena, tanto em corpo, mente e voz. A situação estava interessante, até que Rejane pediu para que a cena terminasse com a gente dando tapas umas nas outras. Foi incrível, porque coloquei sentimento de raiva das próprias pessoas que estavam contracenando comigo, eu realmente tinha um motivo para estar chateada com elas e usei isso em cena. A força da aproximação do ator com a personagem e a situação vivida é incrível.
A terceira cena foi a da Naiara com o Jeferson, a situação era de que os dois estavam morando no mesmo apartamento, porém não sabiam. A Nai foi bem natural, desde o momento que estava vendo televisão até o momento da explosão por ter um estranho no apartamento dela. Uma coisa que eu achei que se eles tivessem acrescentado teria ficado melhor é essa explosão da Nai com mais intensidade, pois quando uma pessoa desconhecida entra no seu apartamento do nada, a reação real da pessoa é de ficar com medo, assustado e desconfiado. Achei que faltou um pouco isso. Rejane deu umas alteradas na cena deles, falou que no meio da cena era pra eles pararem de brigar e começarem a se beijar. Achei que o fato deles não quererem se beijar contribuiu para o desempenho da cena, eles estavam com vergonha e isso os ajudou em cena transmitindo exatamente a aflição.
A cena da Ana Paula e do Ismael é uma cena bem legal para se observar. Primeiro porque a situação era próxima da Ana. Eles brigavam por causa do bebê dela, a voz da Ana estava perfeita, ela estava sendo extremamente intensa e isso me arrepiou, a gente sente quando o ator está realmente envolvido ou não. O Ismael teve um pouco de dificuldade nessa aula, ele estava representando muito e tinha a fala muito acelerada, não pensava enquanto falava, era tudo mecânico. E isso é uma outra questão engraçada, pois quando estamos improvisando, temos tempo para pensar o que iremos falar, porque não temos um texto na mão, logo a fala sai mais lenta e mais suja, não fica tão mecânico. Pelo menos foi o que eu percebi a partir da minha vivência de hoje.
Experienciar é penetrar no ambiente, é envolver-se total e organicamente com ele. Isto significa envolvimento em todos os níveis: intelectual, físico e intuitivo. -Viola Spolin-
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