sábado, 20 de junho de 2015

DESCRIÇÃO DA AULA DE TELEDRAMATURGIA DO DIA 06/05/2015

Dia de continuar as filmagens, hoje foi o dia que foi gravado a cena da Sarah com a Nai, da Iasmin com Anderson e a minha segunda cena com a Rafa. Como a minha cena com a Rafa exigiu um pouco de organização do espaço, se arrumar e a cena da Sarah e Nai foi na rua, enquanto elas filmavam, ficamos arrumando o nosso espaço, então não pudemos ver a gravação dela, e a da Iasmin vimos pouco, pois ela gravou na sala e nós estávamos no quarto. Mais uma vez o ambiente ajuda, temos a casa da Iasmin que fica perto da universidade e a rua para filmar as meninas e isso ajuda, pois cinema é verdade (registros que estamos experimentando) então ajuda quando estamos no ambiente mesmo.
A minha cena com a Rafa foi que era dia da minha formatura e a Rafa estava rasgando meu vestido (nessa hora emoção com contenção dela) e até que eu cheguei e vi e começo a humilhar ela, nós compramos um vestido para dar mais verdade a cena. Foi um processo complicado para mim, eu fiz algumas tentativas e a Rejane falou que estava teatral, que estava sem divisão de foco e sem apoio interno, até que ela pediu para que eu desconstruísse tudo sem me preocupar com o resultado final, fosse com a minha verdade, ela pediu para usar Hagen, substituição, para que a situação me incomodasse, então eu fui pensei em uma situação triste pra mim e comecei a cena, até que o choro veio e eu não consegui controlar, e eu fui falando e chorando e depois a Rafa olhou pra mim, eu não sei o que ela quis dizer com aquele olhar mas fez com que a emoção aumentasse, e isso me faz pensar mais uma vez como o outro pode estimular a cena e fazer com que ela aconteça de forma real, eu também usei como divisão de foco o vestido, eu mexia nele, rasgava ele também. Eu acredito que meu foco estava muito em chegar na emoção e isso fez com que não desse certo, até que a voz de direção pediu que eu desconstruísse tudo e improvisasse e através dessa liberdade que tudo veio a tona e é um fato a se pensar que quando temos que produzir emoção não devemos colocar isso como regra de jogo, na verdade é ter um apoio interno verdadeiro para você e deixar a emoção fluir, pois a partir do momento que você espera a emoção a todo momento ela não vem, nosso corpo é emoção e é o trabalho do ator descobrir meios de acionar essas emoções para conseguir fazer a cena.
A cada aula eu me supero, chego em estados que não achava possível chegar com tanta verdade, o que importa para o espectador é o que ele esta vendo ali, o meu interno não tinha a ver com a situação que era a cena, mas é isso que é a substituição.

"Temos que fazer essa transferência, essa descoberta do personagem, dentro de nós, por uma série continua e sobreposta de substituições, a partir de nossas próprias experiências e lembranças, pelo uso da extensão imaginativa das realidades, e colocá-las no lugar da ficção da peça" HAGEN

Frames da minha cena com a Rafa:





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