sábado, 27 de junho de 2015

Aula de teledramaturgia 13/05/2015 por Carol Bandeira

Nessa aula continuamos com as gravações. Foram gravadas suas cenas, Marcela e Jeferson e Raquel e Anderson. Começamos gravando a cena de Marcela e Jeferson. Era a continuação da cena onde eles são médicos e iriam roubar o bebe de Ana assim que nascesse para ganhar dinheiro com a criança. Nessa cena era que Marcela tinha passado a perna em Jeferson e ia ficar com todo o dinheiro, até que Jeferson descobre e chega revoltado. Eles queriam gravar a cena no biopráticas mas nem precisou, fizemos na sala mesmo. Posso dizer que a cena deles me impressionou bastante. A atuação de Jeferson o deixou de uma maneira que nunca tinha visto antes. Ele chegava como se estivesse calmo mas ele explodia, e falava grosseiramente, e pegava a Marcela e prensava ela na parede e depois a jogava no chão. Fiquei realmente impressionada e me fez pensar no que talvez o tivesse ativado aquela emoção. Alguma fala interna, associação, substituição, monologo interno. Fiquei imaginando que talvez ele tivesse usado o mecanismo de substituição ou associação, como se ele tivesse passado que uma pessoa que ele confiasse o tivesse traído de tal forma, e não teria sido difícil achar isso, pois ele e Marcela são super amigos. No texto de Rejane, Figura de uma poética do ator no cinema que diz “Trata-se de “fala interna” (Kusnet, 1992) que imprime o impulso de uma ação. O “oi” apenas sai da boca: som. Subjacente, há este material, que produz algo que não é o “oi”, mas uma terceira coisa na relação com o “oi”. Outra cadeia, a produzir uma escuta no espectador. O “Vamos ver no que vai dar” adveio de um campo de extração específico de minha vida: quando chego ao saguão de onde trabalho penso “Vamos ver no que vai dar” (ou, olhando para trás, produzo o que deveria ter pensado, uma fantasia sobre a própria história). Esta imagem substitui “a personagem” no hall do hotel – para provocar o impulso da ação, sustentando-a enquanto a frase “Oi” durar.”
A emoção com contenção dessa cena foi mais sutil, Marcela teve uma emoção com contenção mais sutil, até por conta da cena e do fato de ser jogada no chão isso já trai uma emoção forte. Jefferson estava mais explosivo.
Depois foi a cena de Anderson e Raquel onde Raquel mataria seu pai, Anderson. Logo que começou a gravar a cena já foi cortada. Anderson estava bem teatral em cena e Rejane disse que precisava de fala interna. O engraçado que assim que acabou de gravar Anderson contou que começou a pensar em coisas aleatórias, como frutas e legumes, e ele acabou esquecendo o texto e depois tentou buscar o texto e ele veio com tanta facilidade e que aquilo trouxe uma verdade na cena, trouxe o nervosismos e a decepção, veio a verdade na cena. E é uma coisa legal a se pensar, porque ele não precisou pensar coisas do tipo “minha própria filha tentando me matar, eu sou isso, eu sou assim” pra tentar forçar uma emoção, ele simplesmente pensou coisas aleatórias e aquilo preencheu o espaço e o tempo certo pra trazer o realismo pra cena.

A atuação da Raquel é muito verdade e gosto da forma que ela trabalha e atua, ela tem um olhar forte, que diz muito sobre os personagens que ela faz. Nessa cena ela tinha um olhar forte e durão, bem psicopata, que estava certa do que iria fazer. Não sei ao certo o que ela fez pra trazer esse olhar mas na última cena, a cena que ela gravou com o Anderson na primeira vez, ela disse que gostava de séries de TV como CSI e acabava trazendo isso a cena. Talvez ela tenha trago isso de novo, o que funcionou. Gosto como ela formulou o roteiro nessa hora também. E ela e o Anderson tiveram uma super química em cena. O final, quando Raquel tem que atirar em Anderson eu também não sei o que ela usou de fala interna que a fez chorar. Ela beijou o rosto de Anderson e atirou nele, ela chorou, e isso trouxa uma certa vulnerabilidade da personagem, mas mostra a determinação do personagem. Não sei explicar. Mas foi sensacional.

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