sábado, 27 de junho de 2015

Aula de teledramaturgia 20/05/2015 por Carol Bandeira

Essa aula foi reservado para o que seria o exercício que substituirá nossa prova. Temos que escolher ao menos uma cena de algum filme que tenha um dos métodos que trabalhamos durante o período, que seriam: naturalismos, imobilidade, sujeira, visualidade do pensamento, emoção com contenção, entusiasmo.
Raquel começou mostrando a cena do filme Os Coristas. Ela mostrou a atuação do protagonista, um menino ainda, criança. Ela disse que durante todo o filme o menino usa a imobilidade, ele tem o rosto imóvel, não passa emoção, não tem nada. E eu fiquei bem interessada em assistir esse filme, porque nunca tive muito contato com filme francês mas me interessei desde o início do período onde filmes franceses estão sendo muito bem comentados. Rejane disse que isso na verdade é um método muito usado na França, essa imobilidade. É um método muito usado no cinema Bresshon, esse método bresshonianos é quando a ator não passa nada, ele olha para as coisas e não passa nada, é como se estivéssemos fazendo o “neutro” o tempo todo, imóvel, olhar vazio. Você começa a se perguntar como seria fazer um filme assim, como não ter uma fala interna que ativa a emoção. Fiquei curiosa em testar esse método. Porque qualquer coisa que você faz você pensa alguma coisa e qual seria a fala interna pra uma atuação assim? Rejane também comentou que a imobilidade vai além disso, que a imobilidade é quando o rosto está imóvel, mas o olhar diz alguma coisa.
Depois vimos a cena do filme que Iasmin levou, que é o filme: Antes que termine o dia. Foi uma cena forte que me fez chorar, e chorei no escuro enquanto rolava a cena, eu sou muito boba quando se trata de drama, porque sempre me faz chorar. Foi a cena onde o homem vê a mulher que ele ama morrer. Ela sofre um acidente de carro diante de seus olhos. E é incrível a reação do ator ao ver essa cena. Ele tem uma verdade fora do normal. Rejane comentou que ele precisa ter uma visualidade de imagem ali, porque não é fácil só olhar a cena e acreditar, porque ele acabou de ter contato com a atriz e sabe que tudo ali é mentira, e ele precisa trabalhar o pensamento, fala interna, visualização de imagem, substituição, associação, pra trazer uma verdade. E é nítido em seu olhar a verdade dele, a visualidade da imagem. É linda a cena.
Acho que cenas fortes de amor e sofrimento mechem comigo.
A gente percebe no cinema, assim como no teatro, mas no cinema ainda mais, como o olhar é importante e como faz a diferença. Como um olhar de um sofrimento mexe e como um olhar neutro também meche com a gente.

¨O símbolo é o impulso claro, o impulso puro. As ações dos atores são símbolos. Não posso defini-lo mas sei o que é¨ (GROTOWSKI, 1987, 193 upud FERRACINI, 2001,90). O que está implicado? Uma proposição que interessa, profundamente, a nós, atores, e faz diferença quando se trata de uma pesquisa em apropriação de texto (1): ¨a ação física como impulso¨. As imagens acústicas do texto-dado precisam ser inscritas em impulsos elaborados no aqui e agora e não em re-apresentações de uma interpretação. (ARRUDA, Rejane, 2009)

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