A aula de hoje foi mais para pensar na construção dos nossos personagens. O roteiro já estava pronto mas não é só com o roteiro em mãos que um ator trabalha. Precisamos de uma base, de um apoio, de uma estimulação. São vários os processos e uma caminhada para que se chegue numa boa interpretação. Por isso hoje foi o dia de pensármos sobre isso. Como vai ser o meu personagem? O que ele faz? O que ele é? Como se veste. Como fala, anda? Quais são seus interesses? Pode parecer confuso mas o que me ajuda na hora de compor um personagem eu faço isso. Vou fazendo perguntas até que eu consiga traçar o perfil completo da personagem.
Partindo para o roteiro, devemos ler várias vezes, mas ler sem encenar é o que chamamos de leitura branca. Só depois que já temos conhecimento e intimidade com o texto que iremos encenar e claro não esquecer de fazer a memorização pela escrita.
Eu e jefferosn fizems isso para nos preparármos para a nossa cena. Depois fomos ensaiando as marcações e as ações. Só que na primeira vez que passamos encenando ficou simplesmente ridículo. Ainda não tínhamos pegado a emoção do personagem. Foi necessário que eu fizesse uma pesquisa dentro de mim mesma para conseguir chegar na emoção com contenção e conseguir passar o que eu estou sentindo para o espectador. Pensei em várias coisas. Usei a visulização, no início foi difícil pois como era uma cena de agressão e eu nunca passei por uma situação assim, não ia ficar real, porém como a visualização não precisa ser necessariamente associado com o que se está interpretando, eu pensei em algo ruim, em situações que aconteceram comigo que trouxesse a mesma emoção, a mesma raiva, revolta e essa vontade de explodir, mas ter que conter. Várias coisas acontecem até no nosso dia-a-dia que nos deixam assim. Não precisamos nem ir longe, pode ser uma coisa boba que você se estressa, mas precisa conter, como por exemplo sua mãe te chamando toda hora, te enchendo o saco pra fazer o que você não quer fazer, te falando todo dia aquele discurso de mãe: cuidado, olha com quem você está se misturando, não vai aceitar coisas de gente que você não conhece, esconde o celular, não senta do lado de homem estranho no ônibus rsrsrs. Ou em casa mesmo: é pra lavar o que você sujar, não quero nada em cima da mesa, arruma seu quarto, lava seu banheiro, vai estudar, acorda mais cedo...coisas essas que nos tiram do sério. Mas o pior é quando a mãe fala que você só vai sair se fizer tudo isso, aí você faz e seu irmão ou irmã não faz e ele acaba saindo. Isso me tira do SÉRIOOOOOO!!! Rapidinho eu consegui chegar na emoção do personagem rsrsrs. Essa vontade que dá de expldir mas ter que se conter pra não gritar com a mãe e se ferrar mais ainda.
"Muitos de vocês estão familiarizados com a substituição, que se aplica técnicamente a um momento individual da peça, quando o material dado não os estimula o suficiente e vocês precisam buscar algo que dispare uma experiência emocional e os leve a ação imediata da peça(...)"- GROTOWSKI
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